quarta-feira, 2 de junho de 2010

Uma noite no museu da interatividade



Oi, Mylena:

Monsier Dominique Wolton pode sorrir em sua cadeira no Institut des Sciences de la Communication du CNRS. Você está bem acompanhada, minha cara. Ele não chega a usar a MTV nem o João Gordo, mas tece o mesmo tipo de argumento que você.

Para ele, a TV já tem interatividade. Só que ela não é imediata. Ele até defende aquele tempinho que existe entre a exibição do conteúdo e a ação que provoca no telespectador.

Mas suspeito que essa cabeça "televisiva" se recuse talvez a ver a verdadeira revolução das "interfaces". É só uma suspeita, mas há fortes indícios. À maneira do detetive Hercule Poirot (da Agatha Christie), vamos atrás de desvendar esse mistério :) kkk

Antes de prosseguir, My, acho muito pertinente a sua sugestão no final do seu último post. Sugiro que valha para mim e para você. Quando fizermos citações aqui, vamos tentar contextualizar e apresentar os nomes a que nos referirmos. Isso é um exercício legal de síntese.

Como twitteiro, adoro tentar resumir coisas complexas (tipo: "resuma a obra de Monsier Dominique Wolton em 140 caracteres"). Sim, sabemos que não esgota o assunto. Mas é uma preciosa contribuição às pessoas que nos leem. Devemos sempre pensar nelas. Ninguém tem obrigação de conhecer tudo.

Aliás, é o contrário: precisamos ser humildes e reconhecer que temos muito a aprender com todos. Por isso, pessoal, comentem. Coloquem suas dúvidas, suas indagações, angústias, perguntas, conceitos, opiniões, etc. Enfim, metam o bedelho sim.

A professora Maria Lúcia Loureiro faz uma “breve reflexão sobre interatividade” usando o conceito de “obra aberta” do Umberto Eco. Quanto ao “breve”, sim, ela está dando uma de modesta. Sua abordagem tem densidade. Ela coloca tudo isso relacionado com as exposições em um museu. Acho que ela adoraria o filme “Uma Noite no Museu”, hilariante!, estrelado pelo Ben Stiller, com Robin Williams roubando a cena no papel de um general apaixonado por uma índia linda (não me lembro o nome da atriz).

Bem, humpf!, voltando ao assunto, fugimos para o museu, mas não esquecemos a TV. O conceito de “obra aberta” do semioticista Umberto Eco (sim, aquele mesmo do “Nome da Rosa”) é que nenhuma obra é fechada em si mesma. A ela falta sempre um pedaço. Que pedaço: a parte do leitor, do espectador, do telespectador (no caso da TV). Para chegar ao conceito de interatividade, é um pulinho.

Talvez a My e Monsier Dominique Wolton estejam certos. A linguagem da TV continuará a mesma (com sua herança do cinema). Mas só enquanto rodar num aparelho televisivo (seja um tubo catódico ou o nosso liquidificador televisivo – por falar nele, alguém quer patrocinar?? :)kk – Adorei a sugestão da My do patrocínio!)

Voltando às vacas pretas e aos gatos brancos, a linguagem nessa nova interface (WebTV ou TVweb) impactará de maneira radical o modo de produzir TV. Por quê? Porque será preciso contar com a interatividade imediata do telespectador (não a interatividade meia-boca, reflexiva, intelectual de Monsier Wolton).

My, a palavra é toda sua. E de quem mais quiser comentar!

Bom feriadão para todos!


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